Rotina equilibrada com exercícios físicos e leitura pode ajudar Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
14/04/2020

A quarentena exige que as pessoas fiquem em casa, fazendo com que elas possam ter mais tempo em família. Em paralelo, o cuidado com a saúde mental e física ganhou preocupação frente a exercício doméstico de conciliar atividades pessoais e profissionais no mesmo ambiente. A equipe da Assessoria de Comunicação UFN conversou com a professora Josiane Abaid, do Curso de Psicologia da UFN, que trouxe dicas importantes você superar este momento revigorado diante dos novos desafios.

Qual sua avaliação da saúde mental das pessoas durante essa quarentena?
O que temos visto e lido nos relatos de estudantes, professores e demais trabalhadores como efeitos negativos do distanciamento social preventivo são manifestações que vão do tédio a crises de ansiedade.

Porém, há relatos de intensa reflexão sobre o lugar das pessoas no mundo, a busca pela espiritualidade e compaixão, o que pode ser um efeito benéfico da situação de pandemia vivenciada por todos nós. Esse contexto diferente influencia as mudanças de comportamento e de pensamento que estão intrinsecamente ligados ao modo de funcionamento que a pessoa tinha antes da pandemia.

Quais são os principais efeitos físicos e psíquicos da quarentena?
É bem possível que aqueles que estejam tendo mais manifestações ansiosas, como frequentes palpitações, sudoreses, aumento expressivos pelo desejo a comida ou bebida, tenham necessidade de uso de substâncias que baixem a ansiedade, visto que estes sintomas já estavam presentes no paciente antes do isolamento, mas agora eles se apresentam com mais força.
Pode haver também irritação, insônia e dores no corpo, entre outros sintomas. Estas manifestações também acontecem com as crianças e adolescentes da casa e merecem atenção.

É correto afirmar a necessidade de conectar-se com pensamentos positivos?
É importante destacar que a ameaça hora vivenciada é real: ameaça de atrasar a formatura, de perda financeira, de perder familiares ou de ter sua própria morte. Sendo assim, fugir desta ameaça, negando-a, e por vezes, desafiando-a, agindo como se ela não existisse, pode não ser útil e nem adaptativo. A melhor forma de driblarmos o medo é olharmos para ele e criar estratégias para transpormos esta ameaça de uma forma eficaz.

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Como qualificar nossos hábitos, diante da reprogramação de vida diária estabelecida em casa?
Uma estratégia que é bastante útil para enfrentarmos esta tensão toda é ter uma rotina bem estabelecida. Ter horários pré-definidos para acordar, estudar, trabalhar, brincar (conforme a idade e função), se alimentar, se comunicar virtualmente com familiares e amigos.

Além disso, ter um horário livre para fazer atividades diferentes e desafiadoras, como atividades domésticas, que antes não eram realizadas, como costurar, ler assuntos diferentes, assistir a filmes, organizar e transformar a casa ou mesmo se permitir não fazer nada.

Então para manter a saúde mental na quarentena a dica é a disciplina?
Ao organizar uma rotina para orientar as atividades do dia a dia, mantemos nossa saúde mental mais estável, pois isso reduz a ansiedade. Praticar atividades físicas dentro de casa também pode ser uma fonte importante de redução do estresse. Ainda, diversos profissionais da saúde mental estão fazendo atendimento à distância e é importante manter os acompanhamentos que já vinham sendo realizados, ainda que virtualmente.

Como evitar angústias desnecessárias e dormir bem?
Uma prática que prejudica bastante o sono é ter acesso a notícias, como o número de mortos no mundo ou mudanças no comportamento do vírus, por exemplo, pouco antes de dormir. O ideal para acessar notícias pelas redes sociais, TV ou Jornais é ter um ou dois momentos do dia para isso e depois se ocupar das demais atividades da rotina. É importante se informar para se proteger e proteger os demais.

Mas se isso for fonte de mais mal-estar, deve ser reduzido o número de vezes em que esses temas são acessados por dia. E ainda há várias técnicas de relaxamento disponíveis que podem ajudar a induzir o sono, que valem a pena serem testados, inclusive, com crianças.

Entrevista: Carlos Spall - Jornalista Assecom


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