11/03/2021
Integrado aos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Franciscana (UFN), a disciplina extensionista de Projeto Comunitário, lecionada pelas professoras Marina Alcântara e Viviane Pupim, foi destaque no ano de 2020. Desenvolvida na modalidade remota, a matéria propôs aos acadêmicos que eles atendessem comunidades contempladas pelo Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), do Governo Federal.
Com finalidade de focar em demandas sociais, a disciplina objetivou capacitar tecnicamente os alunos para Projetos de Interiores (uma habilitação profissional das duas formações). Paralelo ao desempenho técnico, ela explorou o aspecto humano, ao posicionar os discentes em contato com ações comunitárias.
Ofertada no 6º semestre de ambos os cursos, a disciplina foi trabalhada de forma multidisciplinar. “Por serem formações complementares em muitos aspectos, entende-se que a interação dos saberes e fazeres dos alunos da Arquitetura e Urbanismo com alunos do Design, incrementa suas formações, oportunizando trocas que enriquecem suas formações profissionais”, afirmou a professora Marina Alcântara.
Durante o desenrolar da atividade, os estudantes conversaram com moradores inseridos no MCMV, a fim de desenvolver novas análises no projeto. “Eu e um grupo de alunos falamos com o líder comunitário do Dom Ivo Lorscheiter, que além de contextualizar a realidade local, nos guiou em uma conversa com alguns moradores”, explicou a professora. Toda a atividade foi realizada dentro dos protocolos de distanciamento social.
A partir de dados da Prefeitura Municipal, os projetos foram desenvolvidos com base em quatro perfis de composição familiar (esses identificados no Cadastro de Habitação Municipal):
- Família (quatro pessoas): Casal com dois filhos em idade escolar, sendo um deles cadeirante;
- Família (cinco pessoas): Casal com dois filhos em idade escolar e um idoso;
- Família (cinco pessoas): Casal com dois filhos em idade escolar e um bebê;
- Família (seis pessoas): Mãe solo com cinco filhos (de três a 16 anos);
Segundo a professora, a busca por demandas reais da comunidade, junto a imposição acadêmica de soluções com um orçamento restrito, gera motivação e força para conduzir o olhar a outras realidades. “Mais do que conteúdos desenvolvidos, a disciplina busca despertar nos alunos um olhar sensível à realidade social de muitas famílias brasileiras, que constatam o direito da moradia atendida enquanto um dado numérico, mas poucas vezes atendidas com qualidade de um lar”, completou.
Por fim, foram elaborados 17 Projetos de Interiores para unidades unifamiliares do MCMV, os quais propuseram soluções que atendessem diferentes composições familiares com orçamentos restritos. Destes projetos, oito podem ser acessados no canal Projeto Comunitário - UFN, no Youtube.
