“Para se tornar um publicitário não é preciso ser apenas criativo, mas sim se permitir e experimentar” Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
15/05/2019

Empoderada, conectada com os ambientes de inovação e fomentadora do empreendedorismo, a publicitária Camile Silva é egressa do Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana. Atual gerente de marketing da Empresa Click Intercâmbios, na qual faz o gerenciamento remoto de suas redes sociais, Camile formou-se em 2016, sendo atualmente voluntária da ONG Infância Ação há 1 ano e 8 meses, e no início do mês de março foi eleita presidente da Instituição que presta assistência para crianças em situação de vulnerabilidade social na cidade.

Adepta ao ideal franciscano de se doar ao próximo, Camile considera ter recuperado seu brilho no olhar por conta do trabalho que realiza com as crianças. A publicitária também trabalha e atua na área do empreendedorismo gaúcho, participando da organização do Startup Weekend, evento que fomenta o empreendedorismo na região, do qual já foi responsável por organizar quatro edições em 2018.




Camile foi uma dar líderes mais jovens da iniciativa, com apenas 22 anos, está ligada ao ecossistema gaúcho e brasileiro do empreendedorismo, e acredita que a cidade de Santa Maria possui um grande potencial para a criação de polos de trabalho, pois forma constantemente diversas mentes brilhantes que, por não encontrarem oportunidades na região, voam para longe.

Seu lema de vida é: pensar global e agir local, principalmente quando se tratam de ações que valham a pena para a comunidade.




O que te motivou a escolher a graduação em Publicidade e Propaganda da UFN?
Camile: A minha história com a publicidade é engraçada, porque era para eu ter sido sargento da Base Aérea, porque esse era o meu sonho, só que eu não passei. A minha mãe sempre me disse que eu tinha nascido para fazer comunicação, e como eu estudei em uma das escolas da rede Scalifra, sabia que independente do curso que eu escolhesse, queria cursar na Universidade Franciscana, pois sempre me falavam muito bem daqui. Olhando os cursos, a publicidade me chamou a atenção pois ela te incentiva a experimentar. Então, de sargento à acadêmica de publicidade, foi um longo caminho, mas o que mais me motivou a escolher o curso foi pela exigência desse perfil dinâmico que é preciso ter, algo que se encaixa muito comigo, porque eu gosto de fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Como você lidou com as expectativas antes da graduação e às adaptou à realidade?
Camile:
Acho que uma das piores barreiras que a gente enfrenta na faculdade é ter essa expectativa. Houve uma época em que eu me indagava sobre o porque as pessoas já chegavam no primeiro dia de aula querendo ser diretores de arte, ou redatores, quando eu era uma das que mais experimentava. Em toda a minha época de acadêmica eu só fiquei um semestre sem trabalhar. A gente não pode chegar na Universidade e achar que os professores vão nos entregar todo o conhecimento de bandeja, como acontece na escola. No ensino superior, isso é por tua conta, tanto que, normalmente eu chegava nas aulas e tinha muito conhecimento devido às minhas práticas. Conforme foram acontecendo os estágios, eu consegui unir muito do que eu via em sala de aula com a realidade do mercado de trabalho, que é muito competitivo, então, você precisa ter, pelo menos, uma especialidade, mas também saber um pouco de tudo, se permitir experimentar e se descobrir.



“A gente não pode chegar na Universidade e achar que os professores vão nos entregar todo o conhecimento de bandeja, como acontece na escola. No ensino superior, isso é por tua conta, tanto que, normalmente eu chegava nas aulas e tinha muito conhecimento devido às minhas práticas”.



Quais são as boas memórias que você carrega do período de graduação?
Camile:
A Universidade muda a nossa visão do mundo, agrega muito, te forma como profissional. A gente acha que tudo vem da sala de aula, mas a prática que te molda muito mais. Vários dos professores que fizeram parte da minha caminhada me ajudaram quando me diziam que a minha abordagem precisava ser diferente, e que eu poderia tentar de outra maneira. Ter participado da Agência Gema de Publicidade, do Laboratório de Fotografia e Memória, todas essas experiências que a Universidade me propôs, eu me agarrei, e acho que isso me ajudou a me tornar uma profissional melhor. Sem falar que isso também fica muito bom no currículo, mas para isso, é preciso lembrar que não adianta ter quantidade e não ter qualidade, é importante dosar. Uma das minhas lembranças favoritas é da participação durante a Feira do Livro, da qual fiz toda a parte de cobertura fotográfica, até hoje isso me marca, porque proporcionou ter o meu trabalho visto por toda a cidade, e além.

Como você se sentiu quando se viu formada em Publicidade e Propaganda?
Camile:
Você sai um pouco perdida, é normal, mas também sai com aquela gana de querer fazer alguma coisa da sua vida, e acho que depois de ir atrás do que quer, e pegar o gosto pelo que faz, você se encontra. Isso me rodeou do momento em que encerrei a graduação, na minha última aula, em 5 de dezembro de 2016, até a formatura, em 4 de janeiro de 2017. Não existe um manual que te diga o que fazer depois da graduação, mas acho que ter me formado ainda bem nova foi muito bom, pois eu passei por um período onde trabalhei por um ano inteiro, e assim que saí desse emprego eu fui experimentar, trabalhei com coisas que eu acreditava, fiz muitos projetos, conheci muita gente, fui me tornando a Camile que eu sou hoje. Eu escolhi trabalhar com aquilo que acredito, e levo isso mais em conta do que o salário. As vezes a gente quer se formar e já sair ganhando dinheiro, mas isso demora um pouco, e o caminho até lá é importante. Hoje faço muita coisa ao mesmo tempo, ao ponto de me perguntarem, às vezes se está tudo bem, e com todo orgulho eu respondo: está sim!



“Ter participado da Agência Gema de Publicidade, do Laboratório de Fotografia e Memória, todas essas experiências que a Universidade me propôs, eu me agarrei, e acho que isso me ajudou a me tornar uma profissional melhor”.



Recentemente você foi convidada para falar para uma turma de Design de Moda, como foi?
Camile:
A Caroline Brum foi uma das professoras que mais me marcou com a sua didática e por me fazer refletir durante as aulas. Ela me chamou para vir falar sobre conceitos do empreendedorismo, como pitch, evaluation, ecossistemas (empresas e instituições) e comunidade (pessoas). A professora me leva como um case de empreendedorismo feminino, já que eu passei por todas as fases, criei, fiz a minha ideia acontecer, e deixei ela em stand by, por ainda não me sentir pronta para tocá-la adiante agora. Quando um professor te coloca como um exemplo de alguém que está fazendo as coisas certas, é sinal de estar no caminho certo. Então eu fiz questão de ressaltar, nessa minha fala, que a gente pode ser o nosso próprio mercado de trabalho, a nossa própria oportunidade de crescer como profissional.

O que te motivou a voltar a estudar, realizando um MBA em Marketing?
Camile:
Eu tenho uma segunda graduação em Tecnologia em Processos Gerenciais, pela EAD UniCesumar, onde me ofertaram essa oportunidade logo após a graduação. A pós te ajuda muito, pois te permite rever aquele conteúdo que não foi visto com tantos detalhes, mas também me fez querer estudar mais, estar sempre buscando conhecimento, por esse motivo eu comecei a participar de algumas aulas da turma de Relações Públicas, como aluna especial, para ver o que está acontecendo, preencher alguns gaps de aprendizado que me faltam, e continuar estudando, algo que desejo que todos façam, pois, o mercado te cobra isso. Mas manter-se pesquisando e estudando não precisa necessariamente acontecer somente dentro da academia, mas também através de cursos gratuitos, eventos de conexão com pessoas que vem compartilhar suas histórias, essa capacidade de aprender em qualquer tipo de meio ajuda muito.

Que mensagem você diria para alguém que está pensando em cursar Publicidade e Propaganda?
Camile:
Eu acredito que o curso te oferece o poder de se conectar com outras pessoas e experimentar, a publicidade abre um novo mundo de possibilidades, te permite andar em qualquer lugar, espaço, e conseguir se transformar. Então, acho que se a pessoa está em dúvida, ela nem tentou. Não existe isso de não ter criatividade, se você tenta resolver um problema de uma maneira diferente do que já foi feito, você é criativo sim, e só precisa se deixar experimentar. Quem quer ser publicitário tem que estar com coração e mente aberta, saber que vai entrar em um mundo que te dá muitas oportunidades e um poder de conexão muito grande. Não se prenda só pela questão da criatividade, eu não me considerava criativa, foi no curso que peguei a prática e desenvolvi essa habilidade.

Texto e foto: Thayane Rodrigues.


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