Moda Inclusiva apresenta peças adaptadas para promover a autonomia de deficientes Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
19/07/2019

Os cursos de Design de Moda, Fisioterapia e Terapia Ocupacional realizaram um evento interdisciplinar para promover a autonomia de pessoas especiais, a partir do desfile Moda Inclusiva, com peças produzidas e pensadas para atender às necessidades desse grupo de pessoas.

A união entre os cursos buscou promover soluções que facilitassem a mobilidade dessas pessoas. A ideia é que, com isso, as roupas permitissem que seus donos fossem mais autônomos e independentes de seus cuidadores, ao mesmo tempo em que também buscam facilitar o seu dia-a-dia e melhorar a sua autoestima.

Para alcançar o objetivo, os grupos interdisciplinares fizeram um levantamento do histórico, bem como uma avaliação fisioterapêutica de cada um dos participantes do projeto, e a partir disso foram confeccionadas peças que atendessem às suas demandas sem abrir mão do conforto, do design e também do estilo da vestimenta.

A professora e coordenadora do curso de Design de Moda, Salette Mafalda Oliveira Marchi, destacou que espera que o projeto interdisciplinar se repita, pois ela acredita que a experiência foi importante para todos os participantes. “É realmente compensador ver os resultados hoje, e a alegria no rosto dos nossos modelos. A moda não é só glamour, ela tem que ser pensada e acessível para todos”, defende.

Para a coordenadora do curso de Fisioterapia, Nadiesca Taisa Filippin, o desfile é um momento de integração e celebração, pois para ela, a moda inclusiva faz parte do debate sobre a autonomia da mobilidade de um deficiente físico. Já o professor Jeronimo Costa Branco, também da Fisioterapia, destacou a importância de tais projetos de extensão, pois para ele, comunidade e alunos têm muito a ganhar com essas parcerias.

A construção das roupas especiais foi realizada pelos acadêmicos de Design de Moda, na disciplina de Ergonomia, lotada no 1ª semestre. Os alunos foram apresentados aos pacientes, e cada peça de vestuário foi planejada e montada para cada pessoa, com destaque nas dificuldades por eles relatadas, visando a produção de uma roupa que facilitasse na hora de se vestir.

A cadeirante Adriane da Silva Calixtro desfilou uma jardineira adaptada, pois ela e seu cuidador relataram dificuldade em vestir-se sobre a cama. Por essa razão, a sua peça de roupa possui um zíper e botões laterais para facilitar a colocação e retirada da peça. Adriane revela ter gostado muito da peça e de poder ter participado do projeto.

A jardineira adaptada foi uma criação de Eduardo Sterglich, Anna Carolina Ceretta e Thaís Lemberck. Os acadêmicos revelam que se inspiraram em conceitos de funcionalidade, praticidade e conforto para a elaboração da peça. 

Já a cirurgiã dentista, Fernanda Binato, que possui uma prótese na perna direita, relata ter dificuldade em vestir peças com fechamento em zíper na parte posterior por conta da falta de equilíbrio. Para ela, foi construído um vestido com uma amarração simples na cintura. “Eu adorei porque ele super atende às minhas necessidades, pois é só colocar, muito fácil”, revela Fernanda.

Suas criadoras, Eduarda Kist e Carolina Zappe, defendem que a moda deve valorizar a diversidade humana, e não segregar as pessoas com deficiência. Por essa razão, a peça produzida por elas é de fácil reprodução e também possui um custo-benefício considerado barato. Para elas, este vestido poderia muito bem ser vendido em lojas de departamento, como Renner e Marisa.

Com a supervisão do professor Junior Ruviaro, foram construídas 8 peças com o propósito de solucionar, inovar e facilitar a colocação. Participaram do desfile, pessoas com atrofia muscular, membro amputado, prótese e cadeira de rodas. Estes são pacientes que realizam atendimentos nas clinicas-escola da UFN. Com isso, os cursos de Terapia Ocupacional e Fisioterapia selecionaram quem teria interesse e gostaria de participar da experiência. 

O curso de Fisioterapia realizou a escolha dos pacientes através da disciplina extensiva de Órteses e Próteses, supervisionada pelo professor Jeronimo Costa Branco. Já o curso de Terapia Ocupacional realizou a escolha através da disciplina de Estágio Supervisionado em Terapia Ocupacional II, do 9º semestre, com a orientação das professoras Eliane Caldas da Silva e Luise Ferreira de Queiroz. 

O desfile Moda Inclusiva e apresentação das peças aconteceu no Salão Acústico do prédio 14, na quinta-feira, 18 de julho, e contou com a participação dos alunos envolvidos no trabalho interdisciplinar, bem como dos modelos e seus familiares, professores e colegas. 

Texto: Giulimar Machado e Thayane Rodrigues / Estagiários Jornalismo Assecom
Imagens: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo Assecom


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