MEMÓRIA: "Celebrações de Natal" Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
20/12/2019

A Universidade Franciscana está presente, toda sexta-feira, na página Memória do Jornal Diário de Santa Maria. O espaço serve como um disseminador de lembranças trazidas pela UFN, que terão relação com o desenvolvimento da cidade de Santa Maria. Os textos serão produzidos por integrantes da Universidade Franciscana.

Confira a edição de 20 de dezembro, com texto escrito pela Reitora da Universidade Franciscana, Profa. Iraní Rupolo, e imagens do Acervo da UFN.


A representação do presépio tem sua inspiração na Bíblia Sagrada em que o evangelista Lucas diz: “tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, teve o seu filho primogênito. Envolveu-o em panos e colocou-o em uma manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria (2.6-7)”. O recém-nascido foi colocado em uma manjedoura que, em latim, se diz praesepium, de onde procede a palavra presépio.

A representação natalina na forma em que a denominamos de presépio, foi protagonizada por São Francisco de Assis. Contemplando, em sua espiritualidade, a encarnação de Deus criou em sua imaginação, o cenário em que estava Maria com seu filho ao colo. Ela que trouxe à humanidade a presença de Deus feito homem e habitou entre nós.

Celano, um dos biógrafos de São Francisco escreve que, no ano de 1223, retornando de Roma, após ter obtido da Papa Inocêncio III a aprovação da Regra para a Ordem Franciscana, passando pelo Vale de Rietti no mês de dezembro, deteve-se nas grutas em Greccio. Alguns dias antes do Natal, Francisco chamou João, um amigo daquela localidade e lhe pediu que o ajudasse a realizar um desejo. “Quero representar o menino nascido em Belém para ver com os olhos do corpo, os incômodos que ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido colocado na palha de uma manjedoura” (Celano, 84). O amigo preparou, no lugar designado, tudo o que era necessário, segundo as orientações de Francisco.

No dia do Natal, chegaram a Greccio, muitos frades vindos de vários lugares e de localidades próximas, também, mulheres e homens habitantes dos arredores que vieram trazendo velas e tochas para iluminar aquela noite. Ao chegar, Francisco encontrou o ambiente cuidadosamente preparado: a manjedoura com palha, o boi e o burro, os convidados muito sensibilizados para a celebração. À representação do nascimento de Jesus, as pessoas manifestaram uma alegria indescritível.

Em sua obra: Vida de São Francisco (1893), Sabatier refere que São Francisco ao celebrar o Natal pela representação do presépio, traduziu a proximidade entre o acontecimento real e as pessoas que participaram desse mistério de fé e realizou uma experiência real, trazendo o nascimento de Belém para Greccio. Em sua narrativa, Celano conclui: “Todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria” (Celano, 86). Por isso, o costume da representação e da encenação do nascimento de Jesus Cristo faz parte das celebrações desde os primeiros anos de criação da Ordem Franciscana como acontecimento que enaltece a humildade e o amor de Deus que se faz humano e conviveu com a humanidade.

CELEBRAÇÕES |  Na imagem acima, alunas da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira (Facem) nos preparativos do Natal.


Este período que nos aproxima do Natal é favorável à reflexão. É um tempo que remete ao ambiente de preparativos para o Natal, dispõe de maneira espontânea a fazer um balanço com maior ênfase do significado de nossas decisões e relacionamentos. É propício para agradecer o que nos tem acontecido e fazê-lo com sinceridade, sem diminuir o impacto das dificuldades nem ocultar a satisfação pelos bons resultados. 

Representar o acontecimento da natividade de Jesus sempre encontrou lugar nos espaços e atividades da FIC, da FACEM, da UFN e das escolas franciscanas como manifestação da espiritualidade e da fé no mistério da encarnação do Filho de Deus. Nessas instituições como lugar educativo, cultivar a espiritualidade, induz a tornar consciência da presença de Deus na história da humanidade e convida a buscar o sentido da vida. 

Armar o presépio em nossas casas, nos lugares de trabalho e em diferentes ambientes ajuda a envolver-nos na história da Salvação, a encontrar Deus presente nas realidades da existência humana. É um apelo a seguir o caminho da humildade e ir à “gruta” adorar o Senhor. Nosso desejo de Feliz Natal. 


1960 | No Convento São Francisco de Assis, em Santa Maria, figuram em cera representavam o presépio.

1955 | Encenação de Natal pela Escola Franciscana Imaculada Conceição, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. 


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