MEMÓRIA: "A história como contínuo presente" Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
26/06/2020

A Universidade Franciscana está presente na página Memória do Jornal Diário de Santa Maria. O espaço serve como um disseminador de lembranças trazidas pela UFN, que terão relação com o desenvolvimento da cidade de Santa Maria. Os textos serão produzidos por integrantes da Universidade Franciscana.

Confira a edição de 26 de junho de 2020, com texto produzido pela Reitora da Universidade Franciscana, Ir. Iraní Rupolo. 


Cada realidade existente tem uma origem, conta com fatos geradores. A cidade de Santa Maria despertou para a educação superior na metade do século XX. Neste texto trazemos à memória, uma parte deste fenômeno de ligação do vivido com o presente. A memória não significa somente recordação do passado, ela permite duplo movimento, torna presente o passado para impulsionar o futuro; traz o passado ao presente, para manter o significado de fatos acontecidos. Daí que o registro de fatos ocorridos permite lembrar acontecimentos e reinterpretá-los com um elo de esperança para algo novo.

Com esse objetivo trazemos ao leitor uma separata do discurso do Professor Irmão José Otão, Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por ocasião da aula inaugural da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Imaculada Conceição, publicado na revista Clarinada (p. 37-46).

“Dupla vitória da inteligência registra a cidade coração do Rio Grande do Sul, no corrente ano de 1955; é a instalação de duas Escolas Superiores, a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas a 22 de março último, e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Imaculada Conceição, no dia de hoje.

Ambas têm um significado próprio e singular e ao mesmo tempo um sentido colectivo e global. Assim, a primeira representa a jornada gloriosa em pról de estudos sérios e positivos em torno da nossa economia tão desfigurada e tão desmantelada nos dias em que vivemos. Jornada que será longa e trabalhosa, que vai exigir devotamento, estudo, pesquisa, contração ao trabalho e sacrifício de lazeres e descansos.

A segunda, que hoje se inaugura, pelo número dos Cursos e pela extensão de campo cultural atingindo é uma verdadeira Universidade, exigindo dos organizadores e mantenedores fibra de gigantes, reclamando acentuado devotamento, bem como constância, pertinácia no trabalho, pois por demandar a seara da ciência pura, levará tempo para frutificar plenamente e trazer a recompensa da atividade despendida.

Uma e outra aparecem em hora oportuníssima e, embora representando características divergentes, não se opõem, mas se complementam. A Faculdade de Economia ocupar-se-á da riqueza material, de sua produção, distribuição e consumo; a de Filosofia, da riqueza cultural, de sua elaboração e transmissão. A segunda não pode prescindir da primeira pois o ócio para o estudo é grandemente favorecido pela abundância da riqueza. São, pois, complementares as Escolas Superiores criadas no corrente ano nesta cidade e, embora não sendo o único, é este também, um título de justo orgulho para Santa Maria.

Com esse paralelo inicial, senhores, desejo apenas ressaltar a oportunidade de ambos os empreendimentos, e assinalar a lúcida compreensão dos pró-homens desta cidade, os quais puseram mãos à obra e realizaram em pouco tempo o que outros apenas conseguiram realizar em anos de labor”.

Ao recordar essa história, busca-se reascender o valor pessoal e coletivo da educação e semear esperança de novos tempos para a educação e humanidade.

Legenda Foto 1: Professor José Otão, Reitor da PUC-RS em sua fala durante a aula inaugural da FIC, no ano de 1955.

Legenda Foto 2: José Mariano da Rocha Filho, em discurso de agradecimento ao Irmão José Otão, por sua presença em Santa Maria.


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