Estudo aborda o multiletramento na literatura infantil como uma proposta pedagógica Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
31/10/2022

A egressa do Mestrado em Ensino de Humanidades e Linguagens (MEHL) da Universidade Franciscana (UFN), Patrícia Michelotti e as professoras Graziela Frainer Knoll e Marcele Pereira da Rosa Zucolotto desenvolveram a pesquisa ‘Multiletramento e Literatura infantil: uma proposta pedagógica’, a fim de apresentar uma atividade didática de multiletramentos com o uso de livros infantis, de forma que possa ser reaplicada e adaptada a diferentes contextos educativos. O material foi publicado no mês de agosto na revista científica dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia e Matemática da Faculdade de Tecnologia, Ciência e Educação (FATECE), Trilhas Pedagógicas.

O estudo buscou realizar abordagem qualitativa, o qual configura-se como uma pesquisa exploratória e descritiva que visa incentivar a introdução gradual da análise e discussão de imagens e elementos gráficos como componentes essenciais da leitura de um texto. Tal abordagem faz com que o leitor perceba o todo que compõe a mensagem, desenvolvendo os multiletramentos necessários para a formação de indivíduos mais preparados e que possuam uma maior facilidade de compreensão do contexto em que vivem.

A proposta para a prática foi trabalhar com o livro ‘Bom dia, todas as cores’, de Ruth Rocha, a partir de uma sequência didática dividida em três módulos que envolvem a abordagem ao livro, produção final e avaliação. O livro infantil foi escolhido pois se caracteriza como porta de entrada no mundo da leitura, consequentemente, inicia o desenvolvimento do pensamento crítico. A atividade planejada dividiu a turma em dois grupos, a fim de um aluno ler o livro por meio das páginas, enquanto o outro deveria memorizar as imagens impressas, na sequência. Cada aluno, baseado na apresentação dos dois grupos, elaborou um resumo acerca do entendido do livro.

De acordo com a mestranda, há uma grande carga de conteúdos que abordam multimodalidade e multiletramentos. No entanto, muitas vezes as temáticas ainda parecem distantes dos professores em sala de aula. “Nosso objetivo em propor uma sequência didática foi demonstrar como, de maneira prática, esses assuntos podem entrar em sala de aula e auxiliar na participação e aprendizado do aluno”, afirma Patrícia Michelotti.

O estudo ressalta que a sequência didática envolve práticas de produção textual, desse modo, atende à pedagogia de letramento. O aprendizado da língua tem sentido na experiência com a leitura e a escrita, conforme o indivíduo aprende a interagir e se comunicar em diferentes situações. Também, o fato de haver uma atividade de linguagem inicial e final permite que o professor conheça e avalie o desenvolvimento do aprendiz como um processo que se inicia na sala de aula e, conforme o estudante se adere no exercício, passa a uma compreensão mais ampla ou crítica da leitura dos textos verbais e não verbais.

A materialização do estudo contemplou a conclusão de que ensinar a ler imagens, sons, texturas, cores, escolhas é, assim, uma tarefa das escolas e professores. A partir disto, desenvolver esta habilidade nos futuros professores que, em sequência terão a oportunidade de colocar em prática o conceito de letramento, especialmente por entenderem seu uso como agregador de aprendizado. O estudo finaliza enfatizando a importância de trabalhar os conceitos representados e idealizados na história por meio de mais de uma linguagem, para que as habilidades do estudante sejam potencializadas, já que não se encontram restritos a um código semiótico.

O artigo pode ser acessado na íntegra através desse link.


Texto: Gabriela de Flores Neto / Estagiária de Jornalismo


divulgar@ufn.edu.br | 3220 1200 - Ramal 1296
Acesse - Comunicação