Egressa e docente do Jornalismo conquistam 2° lugar no Prêmio Vera Giangrande Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
13/09/2019

Texto: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo 
Imagens: divulgação

A Egressa do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, Amanda Porto de Souza, e a docente Rosana Cabral Zucolo, conquistaram o 2° lugar no Prêmio Vera Giangrande, de melhor trabalho de graduação, conferido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

O prêmio foi disputado entre mais de 300 artigos apresentados no Intercom Nacional do ano de 2018. Destes, 40 trabalhos foram selecionados para passar por uma banca virtual e somente 3 deles foram premiados. Os artigos foram premiados durante o Intercom Nacional 2019, realizado na cidade de Belém, na Universidade Federal do Pará (UFPA).

Orientada por Rosana Cabral Zucolo, a egressa da UFN analisou o papel da comunicação social e do feminismo na conquista da cidadania da mulher. A pesquisa intitulada “Comunicação e Gênero na Construção da Cidadania Feminina: O Caso da Revista AzMina” foi realizada em 2018, e buscou identificar como a revista configurava os direitos das mulheres em suas reportagens.

“Acho que esse tipo de premiação é muito importante para dar reconhecimento e valorizar o estudante, e também como um incentivo a mais, além da Universidade. Acho que por conta do momento em que estamos vivendo, onde os nossos políticos estão tentando fazer um desmonte e um desincentivo a educação, eventos como estes são fundamentais, pois resistem conosco, pesquisadores”, afirma Amanda.

De acordo com ela, o tema da pesquisa surgiu durante a disciplina de Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação, ainda no 6º semestre da graduação. “Eu sempre soube que queria trabalhar com gênero e feminismo, faltava definir o objeto. Optamos pela Revista AzMina por ela ter sido criada pela jornalista Nana Queiroz, que é muito envolvida com a questão da luta das mulheres”, explica.

Durante o TFG1, ela deu andamento ao referencial teórico da pesquisa, que conta com autoras de estudos sobre gênero, feminismo, cidadania feminina, jornalismo alternativo e comunicação. Para a egressa, o fato de o tema ter ganhado grande atenção na mídia nos últimos anos fez com que existam muitos conceitos e problemáticas sobre o assunto e, portanto, a primeira parte do trabalho de pesquisa restringiu tudo que poderia ser abarcado, lido, estudado, absorvido e transformado em texto.

“O conceito de cidadania feminina utilizado na pesquisa foi trabalhado em uma disciplina com a Profa. Rosana antes de ela se tornar minha orientadora. As autoras dessa linha de pesquisa consideram que as mulheres começaram a exercer seu oficio de cidadã apenas recentemente, após algumas conquistas históricas, como o direito ao voto, o direito a participação em espaços formais e de poder, e passou-se a ver mulheres sendo eleitas e efetivações de políticas públicas. Trata-se da luta das mulheres pelo direito de ser cidadã e exercer esse direito em todos os espaços”, explica.

A pesquisa aponta o Brasil como um dos campeões no índice de violência contra a mulher na América Latina. Esta, por sua vez, é sustentada pela mídia de massa, que mantém a violência de gênero sem lugar de fala. Com isso, o movimento feminista luta para chamar a atenção dos meios de comunicação para suas necessidades e reivindicar seus direitos. 

Para mudar esses dados, surge, em 2015, a Revista AzMina, veículo online e sem fins lucrativos, com reportagens de cunho social e investigativo. Além do material de cunho jornalístico, a revista promove eventos, oficinas, palestras e consultorias para aprofundar o debate sobre a violência contra mulher. “Com o forte discurso feminista presente nas matérias e nos espaços, a revista traz um empoderamento que chega até as mulheres que a internet não alcança. Através de projetos em periferias, espaço de fala para mulheres negras e trabalhadoras, ela se tornou um dos meios de comunicação mais fortes em relação à luta feminista”, avalia Amanda.

Para produzir a pesquisa, a egressa selecionou 5 reportagens no período de janeiro a maio de 2018, correspondentes às seções “Cofrinho”, “Meu nome não é mãe” e “Política”. As matérias foram escolhidas por trazerem assuntos em pauta pertinentes ao movimento das mulheres, como o mercado de trabalho, a jornada dupla, o consentimento nas relações afetivas, as mulheres na política brasileira, o feminismo contra o autoritarismo e o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Como resultado das análises, Amanda considera que foi possível entender como a revista contribui e configura o direito a ter direitos das mulheres, bem como visibiliza suas lutas e denuncia a violação de seus corpos. “O jornalismo se torna uma ferramenta também na luta pela igualdade e emancipação, e AzMina é um exemplo disso”, afirma.

Para ler a pesquisa na íntegra, o trabalho está disponível no LAPEC UFN, clicando aqui. 


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