Egressa desenvolve cartilha para Educação Ambiental na escola Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
18/08/2023



Inspirada em mães que exercem a função de seleção de recicláveis, a egressa do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana (UFN), Giselia Aparecida dos Reis Bellinaso, desenvolveu a dissertação ‘O papel social de mães na função de seleção de recicláveis: construção e validação de uma cartilha para educação ambiental na escola’. O estudo, que teve orientação da professora Luciane Najar Smeha, resultou na criação de uma tecnologia, material didático no formato de cartilha.

A pesquisa enfatiza a dinâmica intensa da profissão das mães que trabalham na reciclagem, sendo que muitas não possuem rede de apoio e precisam cuidar dos filhos, da casa e manter o sustento. De acordo com o estudo, a importância da comunicação e informação pode contribuir para a responsabilidade social, retratando o quanto a educação ambiental ajuda na qualidade de vida e na sustentabilidade. “ A proposta inicial do projeto foi pensada para que as pessoas tenham um olhar mais humanizado para aqueles que trabalham com reciclagem, compreender o que é este procedimento, além de aprender como é reciclagem, para que elas possam dar um destino certo para o que é lixo e para o que é reaproveitável. Principalmente respeitar esta profissão”, destaca Giselia.

Com objetivo de construir e validar a cartilha infantil, inclusiva e bilíngue para educação ambiental na escola, o projeto contou com o apoio de mães na função de seleção de reciclagem. O conhecimento do trabalho dessas mães oportunizou uma visibilidade ao papel social das trabalhadoras a fim de desenvolver uma ferramenta acessível e que estimule os estudantes na aprendizagem sobre sustentabilidade ambiental.


Estiveram presentes na prática da pesquisa 11 mães que trabalham na função de seleção de materiais recicláveis, além de possuir vínculo com uma associação de selecionadores de reciclagem na cidade de Santa Maria. Para a coleta de dados foram utilizadas rodas de conversas, oficinas de desenhos, relatos de experiências, observação participativa e diário de campo. A roda de conversa buscou compreender de forma humanitária o sentido social, com espaço de trocas, desabafos, opiniões, experiências, confraternização, diálogo, partilha, reflexão e linguagem corporal das participantes. No total, foram realizados cinco encontros, onde o produto da pesquisa foi construído em conjunto com as participantes e a pesquisadora. O material foi pensado para a categoria o público infantil, pela compreensão de que a elaboração de um material de ensino atenda crianças da Educação Básica. A pesquisadora evidencia a criação de outras iniciativas a partir da cartilha, as quais resultaram em um Blog, um perfil no Instagram e um canal no YouTube da proposta. Para a pesquisadora, o apoio da Universidade gerou um engajamento no projeto, fazendo com que o material se desmembrasse em diferentes produtos.

O trabalho teve como resultante três manuscritos, sendo eles: ‘O Papel Social e a Contribuição das Mães Recicladoras no Cenário da Educação Ambiental’, com objetivo de compreender o papel e contribuição de Mães Recicladoras para a Educação Ambiental; ‘Construção e Validação de Cartilha de Educação Ambiental para Crianças no Ensino Básico’, que buscou construir e validar um material didático, inclusivo e bilíngue para crianças da educação básica, tendo em vista a Educação Ambiental na escola e, por fim, ‘Importância da Educação Ambiental na Saúde Infantil: Ética e Bioética’, com a finalidade de entender como a rede de apoio pode oferecer qualidade de vida à população infantil como questão de ética e bioética.

A pesquisa conclui que é importante ressaltar também novos estudos acerca da temática para valorização e desenvolvimento de práticas sociais, efetivação das políticas públicas e promoção de cidadania com a profissão dos recicladores. Além disso, começar a trabalhar com as crianças para que novos comportamentos sejam nascidos como natural do ser humano, tendo em vista projetos que minimizem a poluição ambiental e alterações climática.

O estudo ressalta a necessidade de incentivar as pessoas para que tenham consciência ambiental de que todo ecossistema pode prejudicar o desenvolvimento das crianças, em toda sua complexidade e saúde materno infantil até a vida adulta. Desse modo, compreende-se que todo esse conhecimento adquirido se torna questão de ética e bioética global. “A sociedade ainda precisa de um olhar mais cuidadoso em relação sobre o que é lixo, o que é reciclável, ao cuidado, a questão do consumo e do respeito com o reciclador, de saber que tem um profissional que utiliza desse material e depende dessa remuneração para o sustento da família”, finaliza a pesquisadora.


Instagram: @maesrecicladoras
Blog: Projeto Mães Recicladoras
YouTube: Projeto Mães Recicladoras



Texto: Gabriela de Flores Neto / Jornalista
Fotos: Divulgação / MPSMI


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