Docente da UFN desenvolve artigo sobre gravidez e ISTs na adolescência Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
13/01/2022

Docente no curso de Enfermagem da Universidade Franciscana (UFN), Regina Costenaro coordenou o projeto de pesquisa nomeado ‘Redução de Gravidez e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na adolescência por meio de estratégias intersetoriais de educação em saúde’, desenvolvido ao longo de 2021. O material foi apresentado no Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) da UFN, durante o 2º semestre de 2021.

A partir da temática relacionada à prevenção de gravidez e infecção sexualmente transmissível na adolescência, o artigo tem a finalidade de abordar a redução dos números presentes nestas estatísticas, por meio de estratégias intersetoriais junto aos profissionais que atuam nas áreas de educação e de saúde, em Santa Maria. “Pretende-se chegar nesta perspectiva por meio de uma metodologia crítico-reflexiva, junto a pessoas ligadas a estes dois setores”, descreve a coordenadora do projeto, Regina Costenaro.

De acordo com a autora, a escolha pelo assunto refere-se ao fato de que nas duas últimas décadas, a gravidez precoce foi responsável por 20% dos óbitos entre adolescentes do sexo feminino, sendo que, 13,2 milhões de jovens na faixa etária entre 10 e 19 anos, ficaram grávidas no Brasil, segundo divulgadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ao Ministério da Saúde. E, somente em 2016, houveram 500 mil gestações entre meninas de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

O aprofundamento da pesquisa discorre sobre o perfil das adolescentes do estado do Rio Grande do Sul, notificadas e confirmadas com sífilis na gestação. Outros embasamentos do artigo, apontam: conhecer o desfecho da gestação deste público, relacionada ao parto prematuro; delinear as variáveis ligadas à gestação, como realização de pré-natal, época do diagnóstico da Sífilis na gestação, títulos do teste no momento do diagnóstico e relação com o parto, tratamento realizado junto ao parceiro; propor estratégias que subsidiem o aprofundamento de conhecimentos sobre sexualidade na juventude, prevenção das ISTs e da gestação precoce; e propor oficinas de estudos, discussões e preparação para desenvolve habilidades e competências que embasam a educação sexual com adolescentes.

Em relação ao Brasil, um dos principais alertas feitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) diz respeito à elevada incidência de gravidez, onde a taxa é de 62 adolescentes grávidas para cada grupo de mil jovens do sexo feminino entre 15 e 19 anos. O índice é maior que a taxa mundial, que corresponde a 44 grávidas para cada grupo de mil, e em 20 anos, 13 milhões de crianças e adolescentes engravidarão no país”, pontua Regina embasada em dados da ONU do ano de 2018.

Segundo estatísticas levantadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), em 2018, engravidaram 18.163 pessoas entre 10 a 19 anos, sendo que deste total, 17.574 tinham entre 15 a 19 anos e 589 entre 10 a 14 anos. No RS, em 2015 e 2016, 14 em cada 100 nascidos vivos eram filhos de mães adolescentes, em 2017 e 2018, foram 13 em cada 100. Entre estas mães, 3,6% foram notificadas com sífilis em 2015 e 2016, chegando a 4,9% em 2019.

Regina enfatiza a qualificação do processo de trabalho dos profissionais de saúde da atenção básica e professores das Escolas Municipais de Santa Maria, como método de reforçar a necessidade do público jovem se cuidar, ao prevenir a gravidez e incidências de ISTs. Além da qualificação, foram elencadas como perspectivas do projeto: a instrumentalização de alunos do Ensino Médio e Ensino para Jovens e Adultos (EJA), a fim de atuarem como monitores e contribuirem na socialização de conhecimentos relacionados aos cuidados com a saúde na adolescência; e a proposição de desenvolver uma Campanha intitulada: ‘Se apaixonar, Amar e Namorar não significa ter que engravidar’.

“Embora existam ações de prevenção, ainda emergem lacunas frente à maneira de como abordar estas meninas sobre seus interesses pessoais e os cuidados com sua saúde. Estas necessidades ainda estão arraigadas ao pensamento de que, somente a família deve promover orientações sobre a educação sexual, no entanto, estes ainda não possuem tantas certezas com relação a maneira de prover tais orientações”, salienta a coordenadora ao justificar a necessidade de haver o preenchimento por profissionais da saúde e de educação, assim como a visibilidade dos princípios e diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Após a concretização da proposta, o objetivo é de reduzir a incidência de ISTs e a recorrência de gravidez na adolescência junto a novos métodos de intervenção. Estuda-se também a possibilidade de que, a partir da oficina de formação de tutores, jovens possam disseminar conhecimentos de promoção da saúde com seus pares em diferentes escolas e comunidades.

Entre outros desfechos ligados ao âmbito social, estão: fortalecer a integração entre os setores de saúde e educação, priorizando e contribuindo para o alcance das diretrizes e princípios do SUS; potencializar as parcerias com a Secretaria Municipal de Saúde, 4ª Coordenadora Regional de Saúde e demais serviços locais; fortalecer as linhas de estudo do Grupo de Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES); e desenvolver artigos científicos com a finalidade de disseminar os achados deste estudo para que possam ser replicados.

Além da coordenadora do projeto, participaram de sua construção: Josiane Abaid (docente de Psicologia/UFN); Maclaine Roos e Rosane Gomes De Oliveira (alunas do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil); Bruna De David (egressa do Mestrado); Natiele Santana, Dieli Teixeira, Eduarda Dornelles, Pabline de Oliveira e Graziele Flores (acadêmicas de Enfermagem/UFN). Para a elaboração do material, a UFN, por meio do GIPES, contou com a participação da Secretarias Municipais de Educação e de Saúde. Mais adiante, também estiveram vinculadas à proposta, a 4ª Coordenadoria Regional da Saúde e a 8ª Coordenadoria Regional de Educação.


Texto: Gianmarco de Vargas / Estagiário de Jornalismo


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