Alunos de Arquitetura e Urbanismo são premiados em concurso do CAU/RS Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
26/11/2020

Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Franciscana foram premiados em um concurso realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS). Ao todo, 5 estudantes foram premiados pelos trabalhos desenvolvidos em duas modalidades, sob o tema “Casa Saudável, Cidade Saudável”.

O grupo, composto por Maria Eduarda de Abreu Moraes, Hamilton Binato Junior, Isabella Santiago Gabe, Luiza Weber dos Santos e Luiza Valle Cielo, viu no concurso uma oportunidade de construir novas experiências.

Representando o grupo, a acadêmica Maria Eduarda de Abreu Moraes explica que a união com os colegas foi feita rapidamente, tendo em vista que, por conta da pandemia, a demanda da faculdade estava mais calma, possibilitando tempo e comprometimento com o projeto.

A ideia do concurso era que fossem produzidos projetos pensando no futuro pós pandemia, cheio de incertezas, receios e cuidados. Foi com base nessa prioridade que o grupo se reuniu e optou por produzir ambientes que servissem de auxílio às mulheres.

Desta forma, os estudantes desenvolveram seu projeto em cima da seguinte informação: a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil, uma em cada quatro mulheres irá sofrer violência durante sua vida. No país ocorrem, em média, 50 mil notificações de estupro por ano - em sua maioria sofrida por mulheres.

Foi com base nesta afirmação e no aumento considerável de casos de agressões contra mulher no estado, especialmente durante a pandemia, que o grupo viu em uma boa e necessária opção de ideia para desenvolver seu projeto.

Maria Eduarda explica que além da violência física e psicológica sofrida, as mulheres acabam perdendo, ou nunca tiveram, a independência financeira. Com isso, elas não dispõem de um abrigo para se proteger e quando possuem, em muitos casos, a infraestrutura é precária, com falta de saneamento básico, ventilação e iluminação, sendo assim, o cuidado contra a Covid-19 não é efetivo.

Na modalidade “Casa Saudável”, o grupo apresentou uma proposta que busca promover visibilidade às questões relacionadas às mulheres vulneráveis dando meios para reintegrá-las na sociedade.

O grupo estabelece um conjunto de moradias modulares de abrigo temporário, pensadas com princípios de sustentabilidade, habilidade, conforto, saúde e tecnologia, seguindo critérios pré-estabelecidos pela Agenda 2030. Além disso, foi considerado também a realidade do estado, como aspectos climáticos, socioculturais e as necessidades pós-pandemia do estado.

Criando-se assim, o MODO.LAR, que consiste em abrigos modulares destinados às mulheres marginalizadas, assegurando local de convivência, acolhimento e proteção. As habitações são itinerantes e visam a reintegração de gênero na sociedade.

O grupo também pensou na criação de uma horta para dar um aspecto mais leve e prático no ambiente, além da administração, espaços de convivência e uma brinquedoteca, para aquelas mulheres que possuem filhos pequenos.

O projeto também possui o zoneamento do espaço, módulo estrutural, informações ligadas ao solo, materialidade da construção e a quesitos ligados a sustentabilidade e saúde, com estratégias contra a Covid-19.

Já na modalidade “Equipamentos Públicos”, o grupo criou o HERA - Espaços de apoio para mulheres vulneráveis. O projeto do HERA busca um espaço de auxílio, conforto e atenção a essas mulheres, sendo um local de refúgio onde elas recebam auxílio jurídico, médico e psicológico.

A ideia prevê oficinas para capacitá-las, espaço multiuso, praça externa, salas de triagem e uma brinquedoteca para as crianças. Os ambientes são amplos e espaçosos, mantendo o distanciamento necessário contra a Covid-19, além de ventilação natural e iluminação adequada.

O grupo levou em torno de um mês e meio para idealizar e desenvolver o projeto dos ambientes. Os colegas realizavam seus encontros de maneira online, discutindo os primeiros passos, mas também se reuniu de maneira física, diante das medidas de proteção, para finalizar o projeto. 

“Acredito que participar do concurso foi uma experiência muito enriquecedora, tanto no aspecto acadêmico, quanto na nossa vida pessoal”, comenta a acadêmica Maria Eduarda de Abreu Moraes.

Assim como para a aluna, os demais componentes do grupo acreditam que foi uma oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos no curso de uma maneira mais direta com a comunidade, respeitando requisitos pré-determinados e fatores sustentáveis.

Durante o processo de criação o grupo relata que pôde fazer uma breve reflexão sobre o mundo atualmente, durante e pós pandemia, além de pensar sobre aspectos relacionados ao aumento dos casos de violência contra a mulher, que aumentaram consideravelmente durante a quarentena. 

“Pensamos em ideias que auxiliassem nas mudanças e consequências que esses fatores já trazem e trarão para a sociedade, na arquitetura e no cotidiano. Participar, pela primeira vez, de um evento assim e ser reconhecida em duas categorias foi muito gratificante, estamos muito felizes com essa conquista! O prêmio tornou-se ainda mais importante por ajudarmos a garantir visibilidade a dois temas importantes hoje, a mulher vulnerável e a pandemia da Covid-19”, relataram os estudantes.

O Curso de Arquitetura e Urbanismo engrandece o prêmio recebido pelo grupo de acadêmicos do curso, diante de uma iniciativa exclusiva dos mesmos, o que realça sua capacidade de organização mesmo diante deste momento de distanciamento social. 

“Suas atuações de forma independente, se por um lado não mostram vinculação específica com algum professor ou disciplina, por outro, e talvez mais importante, indiquem o protagonismo desses alunos e a capacidade de sintetizar as informações provindas de semestres e fontes diversas”, ressalta o coordenador do curso Francisco Queruz.

O coordenador ainda enfatiza que para o curso, de forma geral, a importância da participação e eventual reconhecimento dos alunos, é muito grande, pois indica que o caminho trilhado ao longo da sua formação está adequado ao que a crítica e a sociedade esperam desses profissionais. 

Para ver todos os projetos premiados acesse o site do concurso. 

Texto: Emanuely Guterres / Estagiária Jornalismo UFN
Imagens: divulgação / Arquitetura e Urbanismo UFN


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