Reitoria da UFN sugere a construção imediata de uma UTI na Casa de Saúde Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
05/12/2019

A reitoria da Universidade Francisca reuniu o Conselho de Integração Comunitária da UFN, composto por membros da sociedade civil, órgãos representativos, classe política e lideranças docentes, para reunião que estabeleceu metas colaborativas para o desenvolvimento social de Santa Maria. A metodologia de trabalho adotada pela reitora Iraní Rupolo foi propositiva à exposição das atividades dos membros.

As enfermeiras, doutoras Liliane Pereira e Juliana Colome apresentaram a atuação dos nove cursos da área da saúde em hospitais públicos e privados, nas unidades de pronto-atendimento, centros psicossociais, escolas e unidades básicas de saúde. Estima-se que 590 estudantes e 55 professores da Universidade Franciscana trabalharam em 2019 com atendimento a população de forma gratuita, diante do conceito de formação extensionista que a prática acadêmica determina. Soma-se, ainda, 117 espaços que receberam intervenções de promoção a saúde no município.

“Todo o trabalho é integrado. Nosso mutirão pela saúde se insere com grupos educativos nas regiões mais vulneráveis socialmente, na prevenção de doenças até o encaminhamento de casos que indicam intervenção clínica. Em todos os níveis, da baixa à média complexidade, os estudantes da UFN estão atuando de forma colaborativa”, enfatizou Juliana Colome, ao trazer pontualmente o dado que 320 acadêmicos de Medicina, Fisioterapia e Enfermagem atuam durante todo o ano nos Hospitais Casa de Saúde, São Francisco de Assis e Astrogildo de Azevedo.

Na sequência, o coordenador do Fórum das Entidades Empresariais de SM, Souvenir Machado, apresentou a entidade, e a atuação de mais de 30 anos de seus membros, em pautas de interesse coletivo para região central do Estado. Entre elas, destaca-se a defesa pela duplicação da RS 287, da construção da travessia urbana e a participação em campanhas como “Cidade Limpa” e “Santa Maria Segura”.

Criação da UTI no Hospital de Casa de Saúde 

Diante do cenário de proposições criado pela UFN, a reitora da Universidade, Iraní Rupolo, pediu para que todos representantes se unissem pela construção de uma Unidade de Terapia Intensiva (adulto e infantil) no Hospital Casa de Saúde. Segundo ela, a saúde pública municipal precisa ser integrada, evitando a sobrecarga de atendimentos no Hospital Universitário de SM e nos Prontos-atendimentos. 

“Estamos investindo de forma privada em reformas e ampliação do Hospital. A gestão franciscana ampliou a oferta de atendimentos clínicos e cirúrgicos. Mas precisamos de uma UTI pública no centro da cidade de forma urgente”, instigou a reitora, ao pedir apoio do poder público para busca de emendas parlamentares e para a promoção de uma campanha de arrecadação de fundos para o Hospital. Há estimativa de que o investimento para uma UTI neonatal e adulta é de em torno de R$ 5 milhões. 

A Dr. Liliane Pereira da UFN, que coordena o setor de estágios na Casa de Saúde, complementou a fala da reitora, dando ênfase a grande demanda de pessoas que necessitam do atendimento público, em que as atividades, desde a saúde básica, passando pelas redes de proteção até os hospitais, estão atuando em capacidade máxima, mas por vezes de forma paliativa, visto que quando o paciente necessita de UTI, pode ficar sem leito. 

Na oportunidade, todos os presentes comprometeram em engajar-se para construção da UTI, visto que o impacto para a saúde se daria já de forma imediata. 

Gestão Franciscana qualificou forma exponencial a Casa de Saúde

A Associação Franciscana de Assistência à Saúde, Sefas, assumiu a gestão do Hospital Casa de Saúde em 2010. Em época, havia 34 pacientes internados. Hoje, mais de 800 pessoas são atendidas por dia na Casa, em diferentes unidades e em múltiplas especialidades. A diretora da entidade, Ubaldina Souza e Silva apresenta que foram amplas as reformas realizadas pela Sefas no hospital, desde a criação de novas unidades, passando pela ampliação do número de leitos, até a reforma do centro obstétrico e da maternidade, consolidando a vocação do hospital diante os aspectos de precepção com os recém-nascidos.

“Somos uma instituição que tem o carisma franciscano de ajudar os mais necessitados, e seria bem importante ter uma UTI na Casa de Saúde. Se houver o interesse do Estado e Ministério da Saúde, estamos à disposição” afirmou a diretora da Casa de Saúde, irmã Ubaldina Souza e Silva, contextualizando que o projeto para criação da UTI adulta e Neonatal existe desde 2010, mas até o momento não houve uma somatória de forças que indicassem essa demanda como de alta prioridade para Santa Maria e região.

Hoje na Casa de Saúde são realizados 25 mil procedimentos ambulatoriais por mês, incluindo 5 mil exames e 4 mil consultas especializadas, além das cirurgias, e 400 internações por mês. Todos os atendimentos são 100% gratuitos, via Sistema Único de Saúde - SUS.

Alguns números da Casa de Saúde

A entidade possui ambulatórios nas seguintes áreas cirúrgicas:  Traumatologia, Ginecologia e Obstetrícia, Otorrinolaringologia, Vascular, Cirurgia Geral, Buco-maxilo-facial, Pediatria, Urologia, Saúde Mental, Endocrinologia, Reumatologia, Cardiologia, Anestesia, Pneumologia e Fisioterapia.

Ainda, realiza exames de raio x simples, mamografia, tomografia, ultrassonografia, espirometria, exames em otorrinolaringologia e fonoaudiologia e ainda há terceirizado o serviço laboratorial de análises clínicas.

Estrutura: os 112 leitos do hospital estão divididos nas seguintes unidades: • Unidade Santa Inês (internação clínica)
• Unidade Santa Isabel (maternidade)
• Unidade Pequeno Príncipe (pediatria)
• Unidade São José (cirurgia)
• Unidade Santa Clara (retaguarda)
• Unidade Madre Madalena (saúde mental)

Posicionamentos

“Saúde e educação é prioridade a médio e longo prazo sempre. Quem tem sensibilidade de entender isso, tem valor social e coletivo. Não basta só qualificar a atenção básica, mas sim, complementar o atendimento da maternidade da Casa de Saúde, em que crianças ainda são levadas para a UTI Neo do HUSM, que está sempre superlotada”.

Tiago Sanchotenne, presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria.

“Santa Maria precisa assumir sua posição de liderança regional. Isso é histórico. A saúde é o reflexo disso. Recebemos inúmeros pacientes de outras cidades, sem que aconteça um arranjo de intenções e contrapartidas para o desenvolvimento integrado e estratégico para o desenvolvimento da saúde local”.

Souvenir Machado, presidente do Fórum das Entidades Empresariais de Santa Maria.

“Em cidades como a de Restinga Seca, queremos o trabalho de extensão dos cursos da saúde da UFN. Por vez, só o fato de uma equipe multidisciplinar dar voz e atendimento para pessoas carentes, já é um ganho em estima e promoção da saúde”.

Paulo Salermo, Associação dos municípios da região Centro do Estado.


Texto:
Carlos Spall / Jornalista 
Imagem: Mark Braunstein /Fotógrafo


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