Mestrado Saúde Materno Infantil realiza Seminário sobre Enfermagem Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
28/09/2018

O Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da UFN realizou nesta sexta-feira, 28 de setembro, o II Seminário de Sistematização da Assistência de Enfermagem.

Na ocasião, alunos e professores do Curso de Enfermagem e do Mestrado da Universidade e região, e profissionais da assistência básica em saúde estiveram reunidos para abordar a implementação de novas metodologias na prática da profissão.

O evento é composto por palestras de convidados, e apresentações de trabalhos dos alunos bolsistas do mestrado.

De acordo com a professora e coordenadora do Mestrado, Dirce Stein Backes, o evento teve todas as vagas preenchidas rapidamente devido à grande procura do seu público alvo.

O seminário é resultado do acordo CAPES/COFEN – Apoio a Programas de Pós-graduação da Área de Enfermagem, que tem como objetivo geral implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na região, e em cenários de atuação do enfermeiro para a consolidação da Prática Avançada de Enfermagem.

Dentre as justificativas do projeto, está a Lei do Exercício Profissional no 7.498/86, art. 11, que atribui ao enfermeiro a atividade de planejar, organizar, coordenar e avaliar os serviços de assistência.

Esse processo dever ser realizado de modo sistemático em todos os ambientes públicos e privados, onde ocorre o cuidado profissional de enfermagem, tais como: serviços ambulatoriais, domiciliares, escolas, associações comunitárias e outros.

Entre os resultados esperados, está a intensão de que a SAE seja implementada em 90% dos serviços de saúde da região central do Estado, e que a partir dela seja possível planejar, estruturar, otimizar e organizar o ambiente de trabalho.

“Espera-se alcançar a melhoria da qualidade e da segurança da assistência de enfermagem ao usuário, bem como maior valorização e reconhecimento da profissão como ciência do cuidado”, corrobora a professora Dirce.

A acadêmica do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil, Fabiele Maurer, é uma das alunas responsáveis pela organização do evento. Ela ressalta que a SAE é uma ferramenta metodológica que organiza e proporciona maior visibilidade para a prática da enfermagem.

“O enfermeiro como líder é responsável pelo processo, cabe a ele o diagnóstico e prescrição da enfermagem, porém é urgente e necessária a conscientização de toda equipe, a fim de efetivamente implementar esse processo”.

Já que existem ainda alguns entraves para a efetiva implementação da SAE na região, o evento tem o intuito de aprofundar o conhecimento que já se tem sobre o assunto, bem como promover a reflexão a respeito do tema, entre acadêmicos e profissionais da saúde materno infantil. 

“Ainda, acreditamos que o ponto forte do evento será o fato de que iremos aliar o conhecimento à momentos de prática, algo bastante inovador, e que contribuirá para desmistificar a realização da SAE, tanto no contexto da Atenção Básica, quanto na área hospitalar”, ressalta Fabiele. 

Uma das palestrantes é a Professora Elizamara Ferreira Siqueira, graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente ela é Coordenadora da Comissão Permanente de Sistematização da Assistência e também atua na Secretaria de Saúde de Florianópolis. Elizamara apresentou o painel “Implantação de protocolos para enfermagem e passos para implantação da SAE no prontuário eletrônico”.

Bem-humorada, ela iniciou a conversa avisando que não estava ali como tutora do programa de residência do qual é responsável, mas sim como enfermeira, e que sua proposta é levantar a questão de que é preciso fazer muito mais do que apenas discutir os problemas do serviço de saúde público. 

“Não estou dizendo que não tem que refletir, ou pensar a respeito dessas questões, tem que fazer isso sim, mas também preciso fazer algo para mudar. Do contrário, qual a mudança que tu provocou enquanto enfermeiro, ou só bateu o seu ponto?”, provoca.

Para Elizamara, o profissional da enfermagem ainda se limita e se aprisiona muito nos conceitos básicos da profissão, que envolvem a promoção da saúde, a prevenção de doenças, e a recuperação. 

Ela destaca que o profissional da enfermagem é especialista no atendimento primário ao paciente, “o enfermeiro não deve depender de nenhum outro profissional para reivindicar mudanças, pois ele já dispõe de uma equipe competente, mas é preciso fazer mais do que promover a saúde e prevenir doenças, e enquanto o enfermeiro não sair dessa bolha, o acordo com o COFEN para a implementação da SAE, que já existe há 11 anos, vai levar ainda mais tempo para acontecer”.


Texto: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo
Fotografia: Mark Braunstein 


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