MEMÓRIA: "O desenvolvimento da educação formal em Santa Maria e a Universidade Franciscana" Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
09/12/2019

A Universidade Franciscana está presente, toda sexta-feira, na página Memória do Jornal Diário de Santa Maria. O espaço servirá como um disseminador de lembranças trazidas pela UFN, que terão relação com o desenvolvimento da cidade de Santa Maria. Os textos serão produzidos por integrantes da Universidade Franciscana.

Confira a edição de 06 de dezembro, com texto escrito pela Coordenadora do Curso de História da UFN, Profa. Roselâine Casanova Corrêa.


Na região central do Rio Grande do Sul, anterior à delimitação das demarcações territoriais e dos registros escritos, havia aldeias indígenas, baseadas na economia de subsistência. Também houve, nas paragens em que hoje se encontra o município de Santa Maria, a Redução São Cosme e Damião (1634-1639). Isso porque o atual território de Santa Maria pertencia então à estância de São Miguel, muito antes da reconhecida demarcação militar de 1797.

Ao se avançar no tempo, depara-se com o Padre Caetano Pagliuca, que aportou por essas terras em 1900, em uma missão religiosa, da qual resultou a instalação de escolas católicas na cidade, como o Colégio Franciscano Sant’Anna (1905) e o Ginásio Santa Maria (1905). Criaram-se outras escolas, ligadas à Viação Férrea, como a Escola de Artes e Ofícios (1922) e a Escola Santa Therezinha do Menino Jesus (1930) – atual Escola Estadual Manoel Ribas. Paulatinamente, de acampamento militar, a localidade passou a ser polo comercial, ferroviário e a ser reconhecida também como espaço de educação e cultura.

Percebe-se que desde 1905 existiam escolas na cidade, oriundas da iniciativa da ferrovia, bem como o ensino particular que passou a ser ampliado no município com as escolas católicas (já mencionadas) e metodista, como o Colégio Centenário (1922). Isto porque, devido ao grande aumento populacional no período (1900-1920), eram necessárias mais escolas para atender à demanda.

Na década de 1910, a rede municipal contava com 15 escolas, em 1920 com 33 e na década de 1930 chegara a 60. Esse expressivo número de escolas trouxe à Santa Maria um grande prestígio no aspecto da Instrução Pública Municipal. O mais preocupante, no entanto, era a fragilidade da qualificação dos professores. A partir da segunda metade do século XX, por meio da criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição (1955), tal fragilidade na formação de professores foi, gradativamente, solucionada.

Concomitante à fundação da FIC, o Brasil passava por um processo de valorização da ciência e dos recursos humanos, com o objetivo de criar bases para o desenvolvimento industrial e o progresso econômico. Nos discursos da época, encontra-se a defesa de um processo modernizador para a cidade, a qual então atravessava um acelerado desenvolvimento. Era pois, um núcleo regional, sobretudo devido ao apogeu da ferrovia, e um lugar que proporcionava o acesso à educação, evitando o deslocamento dos jovens até Porto Alegre.

A expansão urbana - aliada a um momento de crescimento das políticas educacionais nacionais voltadas ao ensino superior, por meio da criação do CNPq e CAPES (1951) - favoreceu a criação de universidades no país. Para Santa Maria, a iniciativa de criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição (FIC) significou o atendimento a uma demanda de décadas de precariedade na formação de professores e de outras áreas profissionais.

A partir desse momento, aliada aos avanços da educação superior na década de 1960, com a criação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a cidade deixara de ser reconhecida como “cidade ferroviária” para se tornar “cidade universitária”. Isso somente foi possível, em grande medida, pela ação visionária e empreendedora das Irmãs Felicidade e Consuelo (FIC).


VISTA PANORÂMICA | No registro acima, os prédios do Colégio Sant'Anna, da FIC e do antigo Educandário São Vicente de Paulo, que, atualmente, é o Conjunto III da UFN. 




APRENDIZADO | Na imagem acima, a fachada do Colégio Sant'Anna na década de 1920.


A Instituição conquistou um patamar universitário construído mediante um projeto que direcionou sua (re)organização e (re)conhecimento. O desenvolvimento alcançado resulta da visão empreendedora e comprometida com a inovação na educação, transformando o Centro Universitário Franciscano (1998) em Universidade Franciscana (2018). 


divulgar@ufn.edu.br | 3220 1200 - Ramal 1296
Acesse - Comunicação