13/12/2018
Quando se fala em felicidade, são poucas as afirmações que podem ser feitas. Geralmente, a que mais se utiliza é a de que o “dinheiro não a compra”. Mas e se ela pudesse ser estudada em sala de aula? Pensando nisso, o Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana ofertou aos estudantes uma optativa de férias que tem como foco os conceitos que envolvem o sentimento de felicidade.
A disciplina Estética e Felicidade, ministrada pela psicóloga Clarissa Tochetto de Oliveira, traz como proposta de estudo uma reflexão sobre intervenções no dia-a-dia que possam aumentar os níveis de felicidade dos ambientes, seja no trabalho ou na faculdade.
Isso porque, de acordo com estudos realizados pela psicóloga na Universidade da Califórnia, Sonja Lyubomirsky, autora do livro The How of Happiness: A Scientific Approach to Getting the Life You Want, 50% da nossa felicidade é determinada pela genética, 10% é circunstancial, enquanto 40% depende apenas de nós mesmos.
De acordo com a coordenadora do curso, professora Sibila Rocha, a proposta da optativa surgiu a partir da boa repercussão que as palestras da psicóloga surtiram dentro da Instituição. Clarissa participou de uma aula inaugural do curso de Publicidade, realizada em agosto e, também esteve presente no 2º Fórum Integrado de Negócios, organizado pelos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas.
Em ambos os encontros, a psicóloga questionou os presentes sobre o que realmente provoca o sentimento de felicidade que, segundo ela, está basicamente ligado a pequenas e importantes conquistas e realizações diárias.
Clarissa iniciou a trabalhar com o conceito da felicidade em sala de aula a partir do curso The Science of Well-Being, organizado pela Universidade de Yale, dos Estados Unidos. Ela realizou o curso de forma on-line e o utiliza como referência na disciplina que está ministrando na Universidade Franciscana.
Sete alunos participam da primeira turma da disciplina de Estética e Felicidade, sendo que destes, um é acadêmico do Curso de Medicina e os demais são da Publicidade. Entre as discussões já realizadas em aula, está o papel do publicitário na construção dos padrões do que é ou não belo. Os acadêmicos trouxeram exemplos de marcas preocupadas em desconstruir esses padrões sociais, e que trabalham conceitos de representatividade, para que o consumidor se reconheça nas peças e se sinta pertencente àquela realidade.
“Em geral, as pessoas associam o belo à outras coisas, inclusive com a felicidade, e é muito mais do que isso. O consumo vem atrelado ao que essa marca me representa, e não porque eu preciso desse produto para atingir algo que não sou ou que não tenho”, explica a psicóloga.
Como metodologia para quebrar o gelo, ainda no primeiro dia de aula, a professora propôs aos alunos que avaliassem os seus níveis de felicidade durante aquele momento. Ela pretende refazer essa medição no último encontro da turma.
Ao longo do curso, são abordados estudos e equívocos sobre a felicidade, além de estratégias para tornar as pessoas mais felizes. As aulas são dispostas entre momentos de teoria e prática, onde são discutidos dados de pesquisas recentes sobre o assunto e, ao final de cada aula é realizado um debate ou então uma atividade prática do conteúdo que foi discutido.
“A conexão social, a relação com as pessoas, são coisas simples que não custam nada e aumentam nosso nível de felicidade, e muitas pessoas não sabem disso. A ideia da disciplina é passar adiante esse conhecimento”, relata Clarissa.
Como avaliação final, a professora propõe dois trabalhos: um individual, onde o aluno escolhe uma estratégia associada a felicidade e a aplica no seu dia-a-dia durante uma semana; e outra avaliação em grupo, onde os estudantes devem elaborar uma proposta de intervenção extensionista que melhore a rotina de um determinado contexto.
Texto e fotos: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo
