Estudo investiga os desdobramentos do Projeto de Categorização dos Serviços de Alimentação desenvolvido durante a Copa do Mundo de 2014 Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
22/06/2023


Intitulado de ‘Categorização dos Serviços de Alimentação: desdobramento do projeto desenvolvido durante a copa do mundo FIFA/2014’, a dissertação desenvolvida por Fernanda Dineia Viera durante seu Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida da Universidade Franciscana (UFN), foi publicada em 2021 com orientação e coorientação das professoras Ana Lúcia de Freitas Saccol e Elke Stedefeldt da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) respectivamente.

O material foi estruturado com o objetivo de investigar os desdobramentos do Projeto de Categorização dos Serviços de Alimentação desenvolvido durante a Copa do Mundo FIFA de 2014. A pesquisadora menciona que além disso, o estudo realizou um levantamento das potencialidades e fragilidades no processo de implementação do sistema de Categorização e avaliou a continuidade desse sistema nos locais que aderiram ao projeto piloto do campeonato a partir da verificação da utilização da lista no sistema de inspeção de Rotina das Vigilâncias Sanitárias participantes.

Destaca-se que as DTHA (Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar) são ocorrências clínicas decorrentes da ingestão de alimentos contaminados, resultando em sintomas que variam conforme cada agente etiológico, diante disso, a pesquisadora destacou uma evidente preocupação com a qualidade das refeições produzidas nos serviços de alimentação. Dessa forma, o projeto piloto para a Copa do Mundo de 2014 consta como primeira proposta de Categorização dos serviços de alimentação no Brasil.

O projeto atuou como um instrumento para avaliar os aspectos sanitários mais relevantes na manipulação de alimentos, informando o consumidor sobre a qualidade sanitária sem desqualificar os estabelecimentos que estão aptos a funcionar.

Participaram da pesquisa 30 autoridades sanitárias, que receberam um questionário online contendo um total de 29 perguntas. Os questionamentos foram arquitetados com intuito de avaliar os desfechos no âmbito do respondente, tendo em vista os dados qualitativos tratados a partir de uma análise de conteúdo temática e os quantitativos por análise descritiva simples.

A partir das fragilidades do projeto, foi desenvolvido uma nova pontuação de risco para a lista de avaliação utilizada para a Categorização. Este guia utiliza a consequência e a probabilidade de causar uma intoxicação alimentar caso o item não esteja de acordo, dessa forma, a egressa empregou os dados resultantes da categorização realizada no Brasil. Para validação, foi utilizado um banco de dados secundário com mais de 3072 avaliações de estabelecimentos que prepararam refeições, comparando com testes estatísticos para originar uma melhor pontuação de risco. Este projeto foi desenvolvido devido a relevância do tema. “O Brasil um é um país muito extenso e cada local tem suas particularidades então pensamos em desenvolver uma pontuação de risco para a lista de avaliação que fosse acessível a todos os locais e que cada vigilância sanitária poderia retirar e colocar itens e isso não influenciasse na avaliação de cada local”.

A partir da análise de conteúdo, as subcategorias “Impacto positivo da Categorização na atuação da vigilância sanitária", “Caráter inovador como resultado da interação com o meio acadêmico", “Potencialidade do instrumento de avaliação baseado no risco sanitário", “Comunicação do risco sanitário: benéficos ao consumidor", “Motivação para o uso de uma ferramenta tecnológica para a continuidade do projeto de Categorização", emergiram a categoria “Legado e benefícios do projeto de Categorização”. Quando a mestranda destacou a descontinuidade da estratégia de Categorização, foram obtidas outras quatro subcategorias no estudo, dentre as quais destaca-se as "Entraves e dificuldade do processo de Categorização” e “Contexto desfavorável do setor regulado”, "Vulnerabilidade no processo de Categorização” e “Descontinuidade da Categorização em nível nacional”.

O estudo destaca que todas as barreiras políticas, tecnológicas e técnicas, podem ser superadas para continuidade do projeto, evidenciando a usabilidade do sistema como um redutor risco sanitário, integrando tanto o setor público como o privado, quanto o serviço e vigilância sanitária municipal, estadual e federal.




Texto: Gabriela de Flores Neto / Jornalista
Foto: Márcia Pilar/Jornalista e Divulgação / MCSV



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